segunda-feira, 8 de abril de 2013

Indianos se curvam ao Deus vivo


Casal de missionários está no Brasil para adquirir novas experiências e levá-las ao povo da Índia


Por Cinthia Meibach / Fotos: Demetrio Koch
redacao@arcauniversal.com
Pastor Sathish e esposa, Anitha, que fazem a Obra de Deus na Índia

“Eu encontrei um Deus vivo!” Tal frase soaria como mais um testemunho, entre tantos que são contados por aqueles que se libertam da religiosidade, se não estivesse sendo dita por um indiano que durante toda a vida acreditou na existência de mais de 300 mil divindades. O pastor Sathish Kumar, de 31 anos, está na Igreja Universal há 16 anos. Ele chegou ao Brasil faz poucos dias, com sua esposa, Anitha Sathish Kumar, de 23 anos, para absorver todo ensinamento e experiências do berço Universal, por meio dos encontros de fé que acontecem diariamente nos templos do País, e levá-lo para a Índia.
“Quando recebi a notícia de que viria ao Brasil para ver de perto o trabalho da Igreja no país de origem fiquei muito feliz. Pois o objetivo dessa viagem é para que a minha visão se abra, porque não temos noção do que é a Igreja fora da Índia, a não ser por imagens e informações da internet e de outros pastores. Tanto que, quando assisti ao culto, fiquei impressionado com a organização e disciplina existentes. Além disso, fiquei admirado com o grande número de pessoas nas reuniões, todos chegando felizes e em ordem”, comenta o pastor, mais do que satisfeito com tudo o que tem visto.
Nascido e criado em Chennai, maior cidade do extremo sul da Índia, Sathish cresceu num lar marcado pela miséria. Ele conta que, apesar de o pai dele ter um emprego estável no Governo, todo dinheiro que ganhava era para pagar dívidas e socorrer os filhos, que viviam doentes. “Morávamos em uma casa feita de folhas de bananeiras, não havia paredes. Quando chovia, não conseguíamos dormir, pois molhava tudo dentro de casa. Também tínhamos que conviver com ratos, escorpiões, baratas e insetos diversos. O banheiro era terrível. Vivíamos uma vida miserável, horrível”, lembra.
Diante da situação de calamidade que enfrentava, o atual pastor e sua família até tentavam encontrar refúgio em um dos deuses que cultuavam, mas a resposta nunca chegava.
“Eu pensava que o nosso sofrimento nunca teria fim”
Na mesma cidade, mas em comunidade diferente, Anitha também sofria, não somente em decorrência da miséria, mas principalmente pelo vício que reinava em seu lar.  “Meu pai era alcoólatra. Apesar de ter um bom emprego, gastava o que recebia com a bebida. Eu, minha irmã e meu irmão mais novo não tínhamos paz. Sofríamos muito, porque antes de o meu pai chegar, íamos dormir para não vê-lo bater na minha mãe. Por diversas vezes ele chegou ao ponto de nos acordar, pedindo que formássemos uma fila para assistir a cena de agressão”, revela, lamentando o episódio.
Presenciar essas brigas constantemente fazia com que a pequena Anitha, nessa época com 9 anos, invocasse aos deuses de seus pais, mas não para que eles viessem socorrê-la, mas matá-la. “Eu pensava que o nosso sofrimento nunca teria fim. Eu pedia a morte aos deuses, pois não aguentava mais aquela situação.”
Um dia, voluntários da Igreja Universal do Reino de Deus foram evangelizar e encontraram a mãe de Anitha. Ela, de pronto, aceitou a oração que estava sendo oferecida aos moradores da comunidade. Deste dia em diante, a luz no fim do túnel que essa família tanto procurava surgiu, e o primeiro milagre que aconteceu foi o da cura. “Meu irmão foi curado de um tumor no olho, que sempre aparecia. Ao vermos isso, fomos todos acompanhar minha mãe à Igreja, porque vimos o milagre na vida dele.”
Porém, não foi somente a cura para as doenças que fez Anitha se curvar diante de um único Deus, mas também a perspectiva de que poderia ter um futuro diferente, livre de qualquer religiosidade. “Quando cheguei, eu descobri que minha vida não precisaria ser igual a da minha mãe, que poderia ser feliz ao lado de uma pessoa que não fosse me bater, nem ser viciado no álcool, como tinha presenciado a minha vida toda na figura do meu pai.”
A felicidade também estava perto de chegar a Sathish, e pelo mesmo caminho: evangelização. Desta vez, a mãe dele ouviu uma programação no rádio e foi até o templo da Universal em busca de auxílio divino, levando os filhos com ela. O que eles encontraram lá? O pastor conta: “Eu nunca havia entrado em uma igreja cristã e logo percebi que não havia nenhuma imagem, as orações eram diferentes, a pregação era diferente, eu de fato vi o poder de Deus lá. Demônios manifestavam e eram expulsos, milagres aconteciam. Na antiga religião, nunca havia visto nada disso, nunca tinha tido uma verdadeira experiência com Deus, pelo contrário, apenas doenças. Logo no primeiro dia em que cheguei, a minha vontade era de voltar mais vezes. Mesmo sem entender muita coisa, senti muita vontade de frequentar as reuniões.”
Tamanha entrega a Deus fez com que Sathish fosse levantado a obreiro. Paralelo a isso, a vida financeira dele também começava a dar bons frutos. Mas, uma escolha tinha de ser feita, e ele não hesitou. “Arrumei um emprego na área de eletricidade, era estagiário, já estava com o emprego garantido pelo Governo. Ao mesmo tempo, meu desejo era deixar tudo e servir a Deus no altar. Eu era muito próximo da minha família, mas não pensei em nada, apenas em servir ao Senhor, porque vi o poder dEle, primeiramente no meu lar e, depois, na minha própria vida.”
O novo bispo Macedo
Hoje, Sathish é um dos quatro pastores nativos da Igreja Universal que não se intimidam com a perseguição religiosa constante na Índia sofrida pelos cristãos, e, com fé, sem emoção, anuncia a Palavra de Deus aos sofridos de Chennai e Mumbai, lugares que contam com templos da Universal. 
“Uma das maiores dificuldades enfrentadas pela Igreja no país é ter que lidar com outras igrejas cristãs que promovem a emoção em vez de a fé racional, confundindo o povo com muitos sentimentos. Há casos de igrejas que compram membros com alimentos, que pagam as pessoas para se batizar, assim, o Governo pensa que todas as igrejas fazem isso e passam a dificultar nosso trabalho. Muitos não vão atrás de Jesus, mas das provisões oferecidas por essas pessoas. Enfrentamos perseguições religiosas da parte do Governo, da polícia, mas a mistura da fé com a emoção, para mim, ainda é a pior parte”, destaca.
O pastor esteve presente, no último domingo (31), na reunião das 18 horas, no Cenáculo do Espírito Santo de Santo Amaro, na zona sul da capital paulista, onde, em poucas palavras, contou aos presentes sobre suas experiências como missionário na Índia. Num dado momento, o bispo Renato Cardoso, que traduzia as palavras do pastor indiano aos presentes, disse que foram feitas orações para que, ao regressar ao país, o pastor Sathish se torne o novo bispo Macedo indiano. Tais palavras ecoaram dentro dele como uma missão árdua, mas não impossível de ser alcançada.
“Nós não podemos fazer o trabalho sozinhos, há necessidade de fazer discípulos, é essa nossa meta no momento. Ao ver todo trabalho da Igreja aqui no Brasil, entendi que o bispo Macedo fez discípulos em todo o mundo, e essa será minha missão quando retornar: fazer discípulos para o Senhor Jesus. Sei que não será nada fácil, vou ter que me dedicar muito, mas vou apenas em frente, porque Deus vai me capacitar”, conclui o pastor.
Veja o vídeo da participação do casal indiano durante a reunião de domingo:

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