sábado, 7 de maio de 2011

O muro e o fogo (2)

(Leia o início da história aqui)

Do outro lado do muro, como imigrante ilegal, tudo o que Alfredo conseguiu foi um emprego de colhedor nas vastas fazendas de tomate da Califórnia. Suas mãos feridas no final do dia recebiam alguns dólares que lhe permitiam comer e alugar um trailer velho para dormir. Mas não se esquecendo das palavras de seu pai, o imigrante economizava tudo o que podia para pagar a escola onde estudava a noite.

Como Alfredo não falava nem escrevia bem o inglês, se dedicou a matemática e a ciência, pois não requeriam muita escrita como outras matérias. Intrigados com a dedicação do jovem, seus amigos gozavam dele e diziam: “Cara, estudar pra quê? Você nunca vai ser nada mais que um imigrante ilegal. Guarda o teu dinheiro.”

Aquilo fez nascer um fogo dentro de Alfredo. Em suas palavras:

As vezes eu chorava sozinho e me perguntava, O que estou fazendo aqui? Mas as vozes daqueles que me diziam que era impossível, que eu nunca ia ser nada, me faziam mais e mais determinado, como se um fogo queimasse no meu peito. Eu decidi ser o melhor em tudo o que fazia, e trabalhar mais duro que todos ao meu redor.

O ano era 1988.

Por sua dedicação aos estudos, Alfredo ganhou uma bolsa na Universidade Berkeley da Califórnia, e de lá foi a Escola de Medicina de Harvard, uma das universidades mais conceituadas do mundo.

Hoje, em 2011, aos 42 anos, Alfredo — ou melhor, o Dr. Alfredo Quiñones-Hinojosa — é um dois neuro-cirurgiões mais respeitados do mundo. Trabalha no Hospital John Hopkins em Baltimore, estado de Maryland nos Estados Unidos, onde além de cuidar de seus pacientes, lidera uma equipe que estuda e busca a cura para o câncer no cérebro.

Casado, realizado no que faz, feliz, hoje cidadão americano e muito próspero, o Dr. Alfredo diz que aquele fogo que nasceu dentro dele quando lhe disseram que ele nunca ia ser nada ainda queima:

Eu não tenho medo do fracasso. Acho que o medo é bom, pois lhe faz trabalhar como nunca para evitar o que lhe assusta. Se eu não conseguir a cura para o câncer, não importa. Mas eu creio que se eu dou o melhor de mim para o que faço, o que faço dará o melhor resultado de volta para mim.



Dr. Alfredo: “Aquelas palavras acenderam um fogo no meu peito.” Assista o vídeo de sua entrevista a CNN (em inglês).
Se Alfredo vivesse nos tempos de Gideão, ele seria um dos seus 300.

A história dele ilustra dois fatos inevitáveis da vida. 

O primeiro é que sempre há um muro que nos separa daquilo que queremos. Pode ser o lugar onde nascemos, a família que temos (ou não temos), a falta de oportunidade, a preguiça de lutar, etc. Cada obstáculo é como um tijolo em cima do outro, que faz esse muro aparentemente intransponível.

O segundo fato é que sempre haverão pessoas que tentarão jogar baldes de água fria nos nossos sonhos. Isso é seguro. Você deve estar rodeado de pessoas assim nesse exato momento. Cuidado com elas!

Para ser um vencedor, você tem que aprender a pular os muros da vida e não deixar que ninguém apague o fogo de vencedor que há em você.

Olhe á sua frente. Lá está o muro. Olhe para dentro de você. Aí está o fogo.



FONTE : BLOG DO BISPO RENATO CARDOSO http://www.bprenatocardoso.com/

2 comentários:

OBREIROS THIAGO E PATRÍCIA disse...

esse fogo que se chama fé que muda transforma e faz a diferença os que crer e os que não crer

valente disse...

Não dá para esperar facilidades.
Dizem que a oportunidade bate à porta.
O fato que se elas não aparecem, temos que criá-laS

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