Vença o desânimo

Ele chega de mansinho e nem sempre é possível percebê-lo 

Paula acorda cedo todos os dias, se arruma e vai para o trabalho. Ela chega com um grande sorriso no rosto, mas quando volta para casa está tão desanimada que desiste de pôr em prática o que havia planejado há meses. Além dessas características, há outras que podem ser visíveis ou não em pessoas que sofrem de depressão ou vivem a maior parte do tempo desanimadas e nem percebem.

Esse mal invisível prejudica em todos os sentidos, e nos afasta das melhores coisas que existem. Quem está sem ânimo, não consegue celebrar a vida, o prazer do dia a dia, os desafios profissionais, o cuidado consigo mesmo, o apoio ao outro. O desanimado olha apenas para si e o seu foco são os problemas. Por isso tanta tristeza. Ele não consegue enxergar além do que sente e não percebe que para atravessar um grande mar enfurecido, deve fazer-se de ponte primeiro, e não criar barreiras em torno de si próprio.

Há pessoas que desanimam porque não foram lembradas, outras porque foram repreendidas e algumas porque ainda não conseguiram o que tanto buscam em suas petições. Nesse último caso, podemos citar exemplos de esposas que, até agora, não viram o marido liberto, mesmo depois de realizarem tantas orações, engolirem inúmeros sapos e agirem com sabedoria; pais que não contemplaram a libertação dos filhos; filhos que também não perceberam a mudança nos pais; e profissionais que não tiveram a transformação financeira tão desejada.

Em uma guerra, os soldados têm todos os motivos para viverem desanimados: veem seus amigos sendo mutilados, atingidos, mortos e, como se não bastasse, ainda têm de carregar os corpos dos companheiros. Além disso, estão longe da família e dos que amam; são largados na zona de conflito, sem saber quando acabará; e, o pior de tudo, lidam, diariamente, com a possibilidade de no final da guerra, voltarem em forma de medalha para a família.

Na nossa guerra espiritual, o inimigo é invisível, mas tem o poder de causar tanta dor quanto numa guerra física. Por isso, assim como os soldados têm a consciência de que estão ali para lutar, independente do resultado final, nós que cremos no Deus invencível nas batalhas, devemos manter os olhos voltados para Ele, crendo que venceremos. 

No Velho Testamento, Deus é chamado de “Senhor dos Exércitos”. Desde a fundação do mundo, o povo de Israel enfrentou inúmeras batalhas, mas o General maior ia sempre à frente.

Em nosso caso, não vivemos segurando armas e lutando fisicamente contra alguém, mas também temos que ter a noção de que nenhuma de nossas lutas é em vão. Se você está desanimado por algum motivo, confie que Deus está atento em você e os Seus ouvidos estão abertos, esperando pelo seu clamor (Leia Salmos 34).